CURIOSIDADE:
VOCÊ SABE A DIFERENÇA ENTRE ANOREXIA NERVOSA E BULIMIA?
Referências:
BATES, Barbara; BICKLEY, Lynn S.; SZILAGYI, Peter G.
Bates: propedêutica médica. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, c2005.
Anamnese:
Identificação: SKA; 48
anos; feminina; caucasiano; católica; pedagoga; casada; natural de Curitiba-PR;
reside em Bigorrilho – Curitiba; Referência: a própria paciente.
Queixa Principal: “Tontura”.
História da Moléstia Atual: Paciente
refere ter iniciado há 4 meses com episódios de vertigem (sente que tudo ao
redor está rodando), com duração de 2 horas em média, associados a zumbidos, hipoacusia
e plenitude auricular predominantemente no ouvido esquerdo. Os episódios
ocorrem cerca de 3 vezes no mês e, em alguns casos, são associados por náusea e
sudorese. Refere que as crises são piores quando está passando por períodos de
estresse. Nega cefaléia, alteração visual, otalgia,
História Mórbida Pregressa: Nega doenças da infância. Como comorbidade atual refere fibromialgia,
depressão, gastrite e enxaqueca. Nega cirurgias/internamentos anteriores e
alergias. Em uso de sertralina 50mg, esomeprazol magnésico 40mg, amtriptilina
12,5mg e atenolol 50mg.
História Mórbida Familiar: mãe teve
câncer de mama aos 55 anos e pai teve AVC aos 70 anos.
Condições e Hábitos de Vida: Reside em
casa de alvenaria, com luz, esgoto e água encanada, sem animais
peridomiciliares. Possui alimentação balanceada e com horário regular.
Tabagista há 30 anos (3 cigarros/dia), nega etilismo.
Perfil Psicosocial: Mora com o
marido e com as filhas. Pratica exercícios físico 3 vezes na semana. Está
preocupada que a tontura seja algo grave.
Revisão de Sistemas: Não há
outras queixas.
Exame
físico:
Geral: paciente em
bom estado geral (BEG), corado, hidratado, anictérico, LOTE.
PA: 110X70; Pulso: 72; FR: 16; T: 36,2ºC.
Cabeça e pescoço: mucosas
úmidas e coradas. Sem linfonodomegalia. Jugulares não ingurgitadas.
Aparelho respiratório: eupnéica,
mv + bilateralmente, som claro atimpânico a percussão, expansibilidade e FTV
normais. Sem ruidos adventícios.
Aparelho cardiovascular: bulhas
cardíacas rítmicas e normofonéticas, sem sopros.
Abdome: plano, RHA
presentes, flácido, timpânico a percussão, indolor a palpação, ausência de
massas palpáveis. Hepatimetria normal.
Membros: sem edema,
pulsos presentes, perfusão normal.
Neurológico: nervos
cranianos sem alterações. Sensibilidade, motricidade, coordenação, equilíbrio e
reflexos preservados. Manobra de
Dix-Hallpike: Nistágmo horizontal, na fase rápida afastou-se do lado da
lesão, presença de fatigabilidade, latência de 15 segundos, duração de 30
segundos.
Exame
complementar:
Audiometria: perda
auditiva assimétrica e de baixa frequência
Perguntas:
1. Este quadro
clínico sugere uma vertigem de origem central ou periférica?
2. Qual a
principal hipótese diagnóstica?
Respostas:
Respostas:
1. Este quadro
clínico sugere uma vertigem periférica, pois não há alterações que apontem para
um acomentimento central (diplopia, perda de sensibilidade, paresias, disfagia,
dislalia, confusão, perda da consciência, incoordenação, entre outros). Além
disso, podemos observar através da Manobra de Dix-Hallpike
um acometimento periférico sugerido pelo nistágmo horizontal, afastando-se do
lado da lesão na fase rápida, com presença de fatigabilidade, latência de 15
segundos e duração de 30 segundos.
2. A principal hipótese
diagnóstica é Doença de Ménière, visto que é uma mulher, de 48 anos,
apresentando a tríade sugestiva: vertigem, zumbido e hipoacusia, associada a
plenitude auricular.
Diagnóstico:
DOENÇA DE MÉNIÈRE
Doença de Ménière ou
Hidropsia endolinfática é causada por excesso de líquido no ouvido interno
(endolinfa), gerando uma crise hipertensiva endolinfática. Geralmente é
unilateral (85-90%), entre 30 e 50 anos e em mulheres. A causa é de origem
desconhecida. Sabe-se que estresse contribui negativamente com o quadro.
A crise é caracterizada por vertigem, zumbido, hipoacusia neurosensorial. Também pode ocorrer dor
e sensação de plenitude na auricular (sente o ouvido “cheio”). A perda auditiva
e aura são essenciais na diferenciação com outras vestibulopatias periféricas. Em
situações mais intensas, sintomas vagais como náusea, vômito, sudorese e
palidez podem estar presentes.
Na audiometria, pode-se
observar perda auditiva assimétrica e de baixa frequência durante a crise. Esta
doença evolui em “surtos intermitentes” em que há melhora dos sintomas entre as
crises, mas pode levar a uma perda permanente.
Referências:
HARRISON, Tinsley
Randolph; FAUCI, Anthony S. Harrison manual de medicina. 17.
ed. Porto Alegre: AMGH Ed., 2011.
PORTO, Celmo Celeno; PORTO, Arnaldo Lemos. Semiologia
médica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
PAVAN, José Geraldo. Doença
de Ménière. Campanha de Saúde Auditiva da Sociedade Brasileira de Otologia.
Dâmia Kuster Kaminski Arida
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