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domingo, 17 de novembro de 2013

CURIOSIDADE:


VOCÊ SABE A DIFERENÇA ENTRE ANOREXIA NERVOSA E BULIMIA?


Referências:

BATES, Barbara; BICKLEY, Lynn S.; SZILAGYI, Peter G. Bates: propedêutica médica. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, c2005.

CASO CLÍNICO XIV - SEMIOLOGIA II


Anamnese:

Identificação: SKA; 48 anos; feminina; caucasiano; católica; pedagoga; casada; natural de Curitiba-PR; reside em Bigorrilho – Curitiba; Referência: a própria paciente.

Queixa Principal: “Tontura”.

História da Moléstia Atual: Paciente refere ter iniciado há 4 meses com episódios de vertigem (sente que tudo ao redor está rodando), com duração de 2 horas em média, associados a zumbidos, hipoacusia e plenitude auricular predominantemente no ouvido esquerdo. Os episódios ocorrem cerca de 3 vezes no mês e, em alguns casos, são associados por náusea e sudorese. Refere que as crises são piores quando está passando por períodos de estresse. Nega cefaléia, alteração visual, otalgia,

História Mórbida Pregressa: Nega doenças da infância. Como comorbidade atual refere fibromialgia, depressão, gastrite e enxaqueca. Nega cirurgias/internamentos anteriores e alergias. Em uso de sertralina 50mg, esomeprazol magnésico 40mg, amtriptilina 12,5mg e atenolol 50mg.

História Mórbida Familiar: mãe teve câncer de mama aos 55 anos e pai teve AVC aos 70 anos.

Condições e Hábitos de Vida: Reside em casa de alvenaria, com luz, esgoto e água encanada, sem animais peridomiciliares. Possui alimentação balanceada e com horário regular. Tabagista há 30 anos (3 cigarros/dia), nega etilismo.

Perfil Psicosocial: Mora com o marido e com as filhas. Pratica exercícios físico 3 vezes na semana. Está preocupada que a tontura seja algo grave.

Revisão de Sistemas: Não há outras queixas.

Exame físico:

Geral: paciente em bom estado geral (BEG), corado, hidratado, anictérico, LOTE.
PA: 110X70; Pulso: 72; FR: 16; T: 36,2ºC.
Cabeça e pescoço: mucosas úmidas e coradas. Sem linfonodomegalia. Jugulares não ingurgitadas.
Aparelho respiratório: eupnéica, mv + bilateralmente, som claro atimpânico a percussão, expansibilidade e FTV normais. Sem ruidos adventícios.
Aparelho cardiovascular: bulhas cardíacas rítmicas e normofonéticas, sem sopros.
Abdome: plano, RHA presentes, flácido, timpânico a percussão, indolor a palpação, ausência de massas palpáveis. Hepatimetria normal.
Membros: sem edema, pulsos presentes, perfusão normal.
Neurológico: nervos cranianos sem alterações. Sensibilidade, motricidade, coordenação, equilíbrio e reflexos preservados. Manobra de Dix-Hallpike: Nistágmo horizontal, na fase rápida afastou-se do lado da lesão, presença de fatigabilidade, latência de 15 segundos, duração de 30 segundos.

Exame complementar:

Audiometria: perda auditiva assimétrica e de baixa frequência

Perguntas:

     1.   Este quadro clínico sugere uma vertigem de origem central ou periférica?

     2.   Qual a principal hipótese diagnóstica?

   Respostas:

     1.   Este quadro clínico sugere uma vertigem periférica, pois não há alterações que apontem para um acomentimento central (diplopia, perda de sensibilidade, paresias, disfagia, dislalia, confusão, perda da consciência, incoordenação, entre outros). Além disso, podemos observar através da Manobra de Dix-Hallpike um acometimento periférico sugerido pelo nistágmo horizontal, afastando-se do lado da lesão na fase rápida, com presença de fatigabilidade, latência de 15 segundos e duração de 30 segundos.

   2.   A principal hipótese diagnóstica é Doença de Ménière, visto que é uma mulher, de 48 anos, apresentando a tríade sugestiva: vertigem, zumbido e hipoacusia, associada a plenitude auricular.

    Diagnóstico: DOENÇA DE MÉNIÈRE

           Doença de Ménière ou Hidropsia endolinfática é causada por excesso de líquido no ouvido interno (endolinfa), gerando uma crise hipertensiva endolinfática. Geralmente é unilateral (85-90%), entre 30 e 50 anos e em mulheres. A causa é de origem desconhecida. Sabe-se que estresse contribui negativamente com o quadro.

     A crise é caracterizada por vertigem, zumbido, hipoacusia neurosensorial. Também pode ocorrer dor e sensação de plenitude na auricular (sente o ouvido “cheio”). A perda auditiva e aura são essenciais na diferenciação com outras vestibulopatias periféricas. Em situações mais intensas, sintomas vagais como náusea, vômito, sudorese e palidez podem estar presentes.

      Na audiometria, pode-se observar perda auditiva assimétrica e de baixa frequência durante a crise. Esta doença evolui em “surtos intermitentes” em que há melhora dos sintomas entre as crises, mas pode levar a uma perda permanente.

   Referências:

  HARRISON, Tinsley Randolph; FAUCI, Anthony S. Harrison manual de medicina. 17. ed. Porto Alegre: AMGH Ed., 2011.
  PORTO, Celmo Celeno; PORTO, Arnaldo Lemos. Semiologia médica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
 PAVAN, José Geraldo. Doença de Ménière. Campanha de Saúde Auditiva da Sociedade Brasileira de Otologia.

    Dâmia Kuster Kaminski Arida

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