CURIOSIDADE:
MAIS
DA METADE DA POPULAÇÃO BRASILEIRA ESTÁ ACIMA DO PESO
Atualmente, mais da metade
da população brasileira está acima do peso: 51% encontram-se acima do peso e
17,4% são obesos segundo pesquisa da
Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito
Telefônico (Vigitel 2012). Curitiba acompanha a tendência nacional. A
frequência de excesso de peso é de 51,6% e de obesidade é 16,3%.
A obesidade está relacionada
a fatores genéticos, mas há uma influência significativa do sedentarismo e de
padrões alimentares inadequados nos seus índices. A pesquisa também mostra
alguns destes padrões:
- Consumo de frutas e
hortaliças: apenas 22,7% da população ingerem a porção diária recomendada pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), de cinco ou mais porções ao dia.
- Consumo de gordura
saturada: 31,5% comem carne gordurosa e 53,8% consomem leite integral
regularmente.
- Refrigerantes: 26% dos brasileiros
tomam esse tipo de bebida ao menos cinco vezes por semana.
Referências:
http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/noticia/12962/162/curitiba-tem-516-da-populacao-com-excesso-de-peso.html
http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/noticia/13145/893/mais-da-metade-da-populacao-brasileira-tem-excesso-de-peso.html
CASO CLÍNICO XV - SEMIOLOGIA II
Anamnese:
Identificação: NJ; 18
anos; masculino; caucasiano; evangélico; estudante; natural de Curitiba-PR; reside
em Bigorrilho – Curitiba; Referência: o próprio paciente.
Queixa Principal: “Dor de
cabeça e mal estar”.
História da Moléstia Atual: Paciente
refere ter iniciado há 3 horas com cefaléia frontal e retroorbitária bilateral,
tipo latejante, não irradiada, contínua, sem medidas de alívio, com fotofobia,
prostração, calafrios, febre (39ºC), náusea e um episódio de vômito associado
(sem sangue ou muco). Nega traumatismos cranianos recentes. Refere que há uma
semana vinha apresentando um quadro de sinusite aguda, mas não usou os
medicamentos que lhe foi orientado. Nega paresias, parestesias ou outros
sintomas associados.
História Mórbida Pregressa: Nega
doenças da infância, comorbidades atuais, internamentos/cirurgias anteriores,
alergias e uso de medicamentos.
História Mórbida Familiar: Refere que
o pai possui HAS.
Condições e Hábitos de Vida: Reside em
casa de alvenaria, com luz, esgoto e água encanada, sem animais
peridomiciliares. Possui alimentação com horário regular. Nega tabagismo e
etilismo.
Perfil Psicosocial: Mora com
os pais. Pratica atividades físicas regularmente. Possui boa situação
financeira.
Revisão de Sistemas: Não há
outras queixas.
Exame
físico:
Geral: paciente em
mau estado geral (MEG), corado, hidratado, anictérico, confusão mental. Glasgow: 14. Pupilas
dilatadas e pouco reativas.
PA: 140X90;
Pulso: 56; FR: 16; T: 38,8ºC.
Cabeça e pescoço: mucosas
úmidas e coradas. Sem linfonodomegalia. Jugulares não ingurgitadas.
Aparelho respiratório: respiração irregular, mv +
bilateralmente, som claro atimpânico a percussão, expansibilidade e FTV
normais. Sem ruidos adventícios.
Aparelho cardiovascular: bulhas
cardíacas rítmicas e normofonéticas, sem sopros.
Abdome: plano, RHA
presentes, flácido, timpânico a percussão, indolor a palpação, ausência de
massas palpáveis. Hepatimetria normal.
Membros: sem edema,
pulsos presentes, perfusão normal.
Pele: ausência
de exantema ou lesões petequiais.
Neurológico: alteração de VI par craniano. Sinais de
irritação meningea (rigidez da nuca,
Sinal de Kernig e Brudzinski positivos) e papiledema no exame de fundo de olho. Sensibilidade, motricidade,
coordenação, equilíbrio e reflexos preservados.
Perguntas:
1. Quais os diagnósticos diferenciais diantes deste quadro
clínico?
2. Quais exames podem ajudar no diagnóstico?
Respostas:
Respostas:
1. Diagnósticos diferenciais:
a. Meningite bacteriana (febre, cefaléia, rigidez de nuca, náusea, vômito,
prostação, mal estar, fotofobia).
b. Meningoencefalite viral (cefaléia, febre alta, alteração
de consciência, déficit neurológico focal, crises epiléticas. Achados liquóricos:
pleocitose linfocitária e glicose normal)
c. Riquetsiose, transmitida pela picada de carrapato (febre
alta, prostação, mialgia, cefaléia, náusea, vômito, exantema. Deve-se realizar
imunofluorescência da biópsia cutânea).
d. Erliquioses, também pela picada do carrapato (cefaléia,
náusea, vômito, febre, exantema, pancitopenia, aumento de fostatase alcalina,
desidrogenase lactica e aminotransferases)
e. Empiema subdural e extradural, abscesso cerebral (sinais
neurológicos focais - ex: disfasia, hemiparesia. Fazer RNM)
f. Hemorragia subaracnóidea (HSA)
g. Meningite química por extravasamento de um tumor para o
LCS (ex: glioma cístico).
h. Meningite induzida por fármacos
i. Meningite carcinomatosa
ou linfomatosa
j. Meningite associada a distúrbios inflamatórios
(sarcoidose, LES, S. Behçet)
2. Exames complementares:
a. Quando há suspeita de meningite bacteriana, deve-se
imediatamente obter hemoculturas
(são positivas em >80% dos pacientes).
b. O diagnóstico é definido pelo exame do LCS (leucocitose PMN >100 células/µL em 90%, redução de
glicose <40mg/dL, razão LCS/soro de glicose < 0,4 em 60%, aumento da
concentração de proteína >45mg/dL, aumento da pressão de abertura >180 mm
H2O em 90%).
c. Nos casos de pacientes imunossuprimidos, com história de
traumatismo craniano recente, consciência rebaixada, evidências de hipertensão
intracraniana ou déficit neurológico focal, deve-se realizar um exame de
neuroimagem antes de realizar a punção (tomografia
computadorizada ou ressonância magnética).
d. PCR
para bactérias no LCS é útil
nos casos de pacientes que já foram tratados com antibióticos previamente, e
nos quais sejam negativas a coloração de Gram e cultura do LCS.
e. Bíopsia
cutânea quando houver lesões
petequiais.
Diagnóstico:
Meningite
Bacteriana Aguda
A meningite bacteriana é uma
infecção purulenta no espaço subaracnóideo. Os agentes etiológicos mais
frequentes são Streptoccus pneumoniae (50%), Neisseria meningitidis (25%),
estreptococos do grupo B (15%) e Listeria monocytogenes (10%), Haemophilus influenzae
tipo b (<10%).
Algumas condições predispõe
a meningite pneumocócica (tipo mais comum): pneumonia pneumocócica, sinusite ou
otite média pneumocócica aguda ou crônica, alcoolismo, diabetes, esplenectomia,
hipogamaglobulinemia, deficiência de complemento, traumatismo craniano com
fratura de base de crânio e rinorréia do Líquido ceerebroespinhal (LCS).
Muitas das manifestações
neurológicas e das complicações das meningites bacterianas resultam da resposta
imune ao patógeno invasor e não da lesão tecidual direta. Clinicamente, sinais
e sintomas de um processo infeccioso estão presentes (febre, mal-estar,
prostração, fotofobia), juntamente com os de irritação meníngea (rigidez da
nuca, sinais de Kernig e Brudzinski). Quando há hipertensão intracraniana, cefaléia,
vômitos, papiledema, pupilas dilatadas e pouco reativas, paralisia do VI par
craniano, postura de descerebração e presença do reflexo de Cushing
(bradicardia, hipertensão arterial, respiração irregular) podem estar
presentes. Pode evoluir com herniação cerebral em 1 a 8% dos casos. Pode apresentar-se
com a tríade clássica: FEBRE, CEFALÉIA, RIGIDEZ DE NUCA.
Em mais de 75% dos casos, há
diminuição dos níveis de consciência. Em 20 a 40% dos pacientes, podem ocorrer
crises epiléticas como apresentação inicial ou na evolução. Quando a etiologia
é meningocócica, pode haver erupções maculopapulares eritematosas difusas
semelhantes a um exantema viral. Tornam-se petequiais em seguida (tronco,
membros inferiores, mucosas, conjuntivas, palma das mãos e planta dos pés).
Referências:
HARRISON, Tinsley
Randolph; FAUCI, Anthony S. Harrison manual de medicina. 17.
ed. Porto Alegre: AMGH Ed., 2011.
PORTO, Celmo Celeno; PORTO, Arnaldo Lemos. Semiologia
médica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
Dâmia Kuster Kamisnki Arida
Nenhum comentário:
Postar um comentário