CASO CLÍNICO III
ANAMNESE:
ID.: I. J. P. 41 anos, sexo
feminino, caucasiana, casada, professora.
Q.P.: “tontura intensa”.
História Mórbida Atual:
Paciente relata que há cerca de
um ano apresentou o primeiro episódio de zumbido no ouvido esquerdo, seguido de
vertigem intensa e incapacitante. Afirma que não foi ao médico pois apresentou
alívio dos sintomas depois de algumas horas.
Paciente alega que tem a
impressão de que o ouvido está “entupido” e que de vez em quando tem um zumbido
súbito em forma de “apito” no ouvido esquerdo, logo após esses sintomas, refere
que inicia-se uma sensação de que tudo está girando ao seu redor (SIC), alega
não ter evidenciado uma periodicidade dos sintomas, e que eles ocorrem
espontaneamente e não necessariamente nessa ordem. Paciente afirma que estas
crises já a despertaram do sono 2 vezes. Nega infecções ou estado febril nesse
período.
História Mórbida Pregressa:
Paciente nega internações
hospitalares, nega doenças prévias e uso de medicação contínua. Nega
traumatismo crânio encefálico ou exposição a qualquer trauma otológico.
História Mórbida Familiar:
NDN.
Condições e Hábitos de Vida:
NDN.
Perfil Psicossocial:
NDN.
Revisão de Sistemas:
NDN
EXAME FÍSICO
Dados Vitais:
PA: 120 x 80 mmHg; T: 36,6°C;
Pulso: 78 bpm; FR: 15 mrpm.
Geral:
Paciente encontra-se vigil, BEG,
LOTE, escleróticas anictéricas e acianótica. ECG.: 15.
Cabeça e pescoço:
Pupilas isocóricas e
fotorreagentes, linfonodos palpáveis apenas em cadeias submandibulares,
pequenos, móveis e indolores, tireóide sem crepitação, jugulares não visíveis.
À oroscopia, mallampati I, sem
sinais flogísticos, sem formação de placas fibrino-purulentas.
À otoscopia, presença de
conduto auditivo externo limpo, sem sinais flogísticos e membrana timpânica em
sua topografia normal e hipertransparente.
Tórax:
Inspeção: eupneica.
Palpação: expansibilidade
torácica normal, FTV simétrico bilateralmente.
Percussão: som claro pulmonar
atimpânico.
Ausculta: MV normal e simétrico
bilateralmente, ausência de ruídos adventícios.
Cardiovascular:
Inspeção e Palpação: NDN.
Ausculta: bulhas cardíacas
rítmicas normofonéticas e sem sopros.
Vascular periférico:
Sem presença de equimose ou
edema. Pulsos equivalentes e normais ++/++++.
Abdome:
Inspeção:NDN.
Ausculta: RHA normais.
Percussão: timpanismo a
percussão, espaço de Traube livre. Submacicez hepática de 9 cm em linha
hemiclavicular direita.
Palpação: abdomem flácido,
globoso e indolor à palpação, Murphy -, Blumberg -, Giordano -.
Neurológico:
Reflexo fotomotor direto e
consensual testados e O.K..
III, IV,V,VI pares cranianos
testados e O.K..
Manobra de Dix-Hallpike:
presença de nistágmo horizontal por 20 seg., fatigável e fase rápida para
esquerda.
Lasègue -, Kerning -, Budzinski
- e sem rigidez de nuca.
João Elias Ferreira Braga.
RESPOSTA CASO CLÍNICO III
DOENÇA DE MÉNIÈRE:
Teoricamente essa doença seria
causado por um desequilíbrio entre a produção e a absorção da endolinfa, se
acumulando no ducto coclear e no saco endolinfático. O acúmulo do líquido e a
hipertensão do sistema se caracteriza como Hidropsia Endolinfática.
Em sua forma clássica, a tríade
da doença de Ménière inclui: perda auditiva neurossensorial flutuante em baixos
tons; zumbido flutuante; e vertigem episódica. Uma sensação de plenitude aural
(ouvido entupido) também é comum. A frequência dos ataques é variável, podendo
ocorrer longas remissões dos sintomas. Os episódios costumam se iniciar com
sensação de plenitude aural no ouvido afetado, seguido por zumbido crescente e
perda auditiva do tipo neurossensorial. A vertigem usualmente é a
característica mais perturbadora para os pacientes, tem um início súbito e pode
variar em severidade.
As crises podem ocorrer em
qualquer lugar e em qualquer momento, podendo até mesmo despertar o paciente do
sono. Cerca de um terço dos pacientes desenvolvem a doença bilateral, se ocorrer
bilateralmente, usualmente se desenvolve nos dois primeiros anos.
Para saber mais sobre a doença
de Ménière:
http://www.scielo.br/pdf/rboto/v73n3/a09v73n3.pdf
João Elias Ferreira Braga.
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