CURIOSIDADE 7
QUEM
INVENTOU O MICROSCÓPIO?
O microscópio foi inventado
na Holanda, no século XVI, pelos irmãos Johannes e Zacharias Jansen, mas foi outro
holandês que o popularizou – Anthoni van Leeuwenhoek. Curiosamente, Anthoni não
era um médico, nem biólogo. Era um cortineiro! Ele usava lentes para examinar
os tecidos dos quais fazia as cortinas. Foi aprimorando as técnicas de análise
e começou a examinar outras coisas, como água da chuva estagnada na sarjeta.
Então, pode observar milhares de elementos em movimento, dando margem para as
descobertas de um novo mundo “microscópico”.
Referência:
Scliar, M. O livro da
medicina. São Paulo: Schwarcz, 2000.
CASO CLÍNICO 7 - SEMIOLOGIA II
Anamnese:
Identificação: JW; 61 anos; masculino; caucasiano; evangélico; empresário; casado; natural
de Curitiba-PR; reside em Bigorrilho – Curitiba; Referência: o próprio paciente.
Queixa Principal: “edema”.
História da Moléstia Atual: paciente
refere edema bilateral em membros inferiores há 1 mês, com piora com o passar
do dia. Refere que há 4 meses já vinha apresentando um edema facial matutino,
pior em pálpebras e com melhora com o passar do dia, que foi se expandindo por
todo o corpo neste período. Nega medidas de alívio ou piora. Associado ao
quadro, apresenta emagrecimento (72kg para 65kg em 1 mês), astenia, urina tem
saído “espumosa”. Nega outros sintomas urinários, febre, dispnéia ou outros sintomas
associados.
História Mórbida Pregressa: Nega doenças da infância. Na última rotina de exame apresentou
elevação nos níveis de colesterol. Nega DM, HAS e outras comorbidades,
cirurgias, internamentos anteriores e alergias. Faz uso de sinvastina 20mg.
História Mórbida Familiar: Refere que o pai possui HAS. Mãe com câncer de mama aos 43 anos. Avô
com câncer de próstata aos 50 anos.
Condições e Hábitos de Vida: tabagista há 40 anos (1 maço e ½ por dia). Nega etilismo.
Perfil Psicosocial: Mora com a esposa e um dos filhos. Não pratica atividades físicas
regularmente.
Revisão de Sistemas: Não há outras queixas.
Exame
físico:
Geral: paciente em
regular estado geral, hipocorado, hidratada, anictérico, LOTE.
PA: 140X90, Pulso: 92, FR: 16, T: 36,2ºC
Cabeça e pescoço: mucosas
úmidas e hipocoradas. Sem linfonodomegalia. Jugulares não ingurgitadas.
Aparelho respiratório: diminuição
difusa de mv, som claro atimpânico a percussão, expansibilidade e FTV normais.
Aparelho cardiovascular: bulhas
cardíacas rítmicas e normofonéticas. Sem sopros.
Abdome: plano, RHA
presentes, flácido, timpânico a percussão, indolor a palpação profunda de
região supra-púbica, ausência de massas palpáveis. Hepatimetria normal. Espaço
de Traube livre.
Membros: anasarca, edema
inelástico bilateral em MMII com cacifo (2+/4), indolor, ausência de alteração
na temperatura ou coloração, pele espessa. Pulsos presentes, perfusão normal.
Exames
complementares:
Hemograma:
Hb:
12,0
Série
branca e plaquetas normais.
Uréia e Creatinina: normais
Urinálise:
Ausência de
glicose, cristais, cilindros, leucócitos e nitrito. pH normal. Presença de
hemácias e proteinúria.
Proteinúria 24hrs: 5g/dia.
Colesterol total: 280 mg/dL.
Glicemia de jejum: 80
Proteínas totais: diminuidas.
Albumina:
2,5 g/dL(3,5 a 5,5)
Cálcio: diminuído
Raio X tórax:
Pergunta:
1. Qual síndrome clínica pode ser identificada
neste quadro?
2. Quais exames pode confirmar a suspeita
diagnóstica?
Resposta:
1.
SÍNDROME NEFRÓTICA:
a. Proteinúria maciça:
devido a alterações na permeabilidade da membrana basal glomerular.
b. Hipoalbuminemia: a
excreção urinária de albumina supera a capacidade de síntese do fígado. A
diminuição dos níveis plasmáticos de proteína ocasiona também uma redução das
substâncias transportadas por proteínas (tiroxina, vitamina D, transferrina,
antitrombina III), levando a hipotireoidismo, hiperparatireoidismo, anemia
hipo/micro, hipercoagulabilidade (trombose).
c. Hipercolesterolemia:
aumento da síntese hepática de lipoproteínas em resposta a hipoalbuminemia.
d.
Hematúria
mínima
e.
Hipertensão
f. Edema: hipoalbuminemia
ocasiona redução na pressão oncótica com passagem de líquido para o
interstício.
2.
Exames complementares:
a. BIÓPSIA
RENAL: espessamento da membrana basal ao longo das alças capilares periféricas
b. IMUNOFLUORESCÊNCIA:
depósitos granulosos difusos de IgG e C3
c. MICROSCOPIA
ELETRÔNICA: depósitos eletrodensos.
Imagem:
pedrorpb.blogspot.com.br
Diagnóstico: GLOMERULONEFRITE
MEMBRANOSA DEVIDO A TUMOR PULMONAR
A glomerulonefrite
membranosa é responsável por cerca de 30% dos casos de síndrome nefrótica em
adultos. É mais comum em homens e entre a faixa de 30 a 50 anos.
Pode se primária/idiopática
ou secundária a neoplasias malignas
(mama, pulmão, colo), a infecções (hepatite B, malária, esquistossomose, etc),
distúrbios auto-imunes (lúpus, artrite reumatóide, etc), medicamentos, entre
outros.
Referências:
HARRISON, Tinsley
Randolph; FAUCI, Anthony S. Harrison manual de medicina. 17.
ed. Porto Alegre: AMGH Ed., 2011.
PORTO, Celmo Celeno; PORTO, Arnaldo Lemos. Semiologia
médica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
COELHO, Eduardo Barbosa. Mecanismo de formação de edemas.
Revista USP, 2004. Acesso em: http://revista.fmrp.usp.br/2004/vol37n3e4/1mecanismos.pdf
Dâmia Kuster Kaminski Arida
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