CURIOSIDADE:
ELIMINANDO
A RATARIA
Imagem:
ccms.saude.gov.br
Quando Oswaldo Cruz era o
diretor da Saúde Pública, no começo do século XX, houve uma epidemia de peste
no Rio de Janeiro. Como já se sabia que a doença era transmitida por pulga de
rato, o governo ofereceu pagar uma quantia à população por rato capturado. Já
imaginam o que pode ter acontecido? Um espertinho começou a criar ratos para
vender para o governo! Outros começaram a trazer ratos de outros estados ou,
ainda, capturavam ratos estrangeiros em navios. Pode isso?
Referência:
Scliar, M. O livro da
medicina. São Paulo: Schwarcz, 2000.
CASO CLINICO VI - SEMIOLOGIA II:
Anamnese
Identificação: R.O.; 70
anos; masculino; caucasiano; católico; aposentado; casado; Naturalidade:
Curitiba-PR; Residência: bigorrilho – Curitiba; Referência: o próprio paciente.
Queixa Principal: “Sangue na
urina”.
História da Moléstia Atual: Paciente
refere três episódios de hematúria nos últimos dois meses, com aparecimento do
sangue durante a micção, mais para o final do jato urinário, em pequena
quantidade. Neste período também vem apresentando sintomas urinários irritativos
como disúria, polaciúria e urgência. Nega dor em flancos ou em outro local,
febre, náusea, trauma ou manipulação de via urinária, ingestão de beterraba,
emagrecimento, sangramentos em outros locais, ou sintomas obstrutivos (hesitação
para urinar, diminuição Força/Calibre do jato urinário, sensação de resíduo pós-miccional,
intermitência).
História Mórbida Pregressa: nega
doenças da infância, DM, HAS e hx de litíase renal. Faz tratamento para
Hiperplasia Prostática Benigna com doxazosina e finasterida. Nega cirurgias,
internamentos anteriores, alergias e uso de outros medicamentos regularemente.
História Mórbida Familiar: mãe
falecida por AVC aos 83 anos. Não conhece o pai.
Condições e Hábitos de Vida: reside em
casa com luz, esgoto e água encanada. Possui alimentação regular e sem gordura.
Tabagista há 50 anos (1 maço/dia. Nega etilismo.
Perfil Psicosocial: Mora com a
esposa. Faz 30 minutos de caminhada ao dia. Como ponto de apoio refere sua
família.
Revisão de Sistemas: Não há
outras queixas pertinentes.
Exame
físico:
Geral: paciente em
regular estado geral, hipocorado, hidratada, anictérico, LOTE.
PA: 120X80, Pulso: 72, FR: 16, T: 36,2ºC
Cabeça e pescoço: mucosas
úmidas e hipocoradas. Sem linfonodomegalia. Jugulares não ingurgitadas.
Aparelho respiratório: som claro
atimpânico a percussão, expansibilidade e FTV normais.
Aparelho cardiovascular: bulhas
cardíacas rítmicas e normofonéticas. Sem sopros.
Abdome: plano, RHA
presentes, flácido, timpânico a percussão, dolorido a palpação profunda de
região supra-púbica, ausência de massas palpáveis.
Membros: ausência
de edema, pulsos presentes, perfusão normal.
Exames
complementares:
Hemograma:
Hb:
14,2
Leucócitos:
7.000, sem desvio a esquerda.
Palquetas:
240.000
Parcial de urina:
Ausência de
proteínas, glicose, cristais, cilindros, leucócitos e nitrito. pH normal.
Presença de hemácias.
Urocultura: negativa.
Perguntas:
Quais os diagnósticos diferenciais diante
desta clínica?
Quais exames complementares ainda podem
contribuir com o diagnóstico?
Respostas:
Respostas:
1.
Considerando os sintomas irritativos
(disúria, polaciúria, urgência), podemos considerar câncer de bexiga,
infecções, tumores benignos, pedras na bexiga, uma bexiga hiperativa, ou um
aumento da próstata (nos homens) e o câncer de bexiga.
Considerando
a hematúria, podemos pensar em litíase ou cálculo urinário
(principalmente renal e uretral), cistites (22%), câncer de bexiga (15%) ou em
qualquer parte do trato urinário, Hiperplasia Prostática Benigna (HPB),
ferimento, contusão (uma pancada muito forte nas costas ou na lateral do tronco
pode afetar os rins e causar uma hemorragia, exercícios muito vigorosos ou
corridas de longa distância, medicamentos (anticoagulantes) e alguns alimentos
(beterraba).
2.
Na vigência de hematúria, deve-se proceder a
investigação com citologia urinária, exames de imagem do trato
urotelial (US e TC), cistoscopia.
Imagem:
www.clinicacocuzza.com.br
Imagem:
http://www.urologiaflorianopolis.com.br/
Diagnóstico:
CÂNCER DE BEXIGA
O câncer de bexiga é o 4º
tipo de câncer mais comum nos homens e o 13º tipo mais comum nas mulheres.
Ocorre mais em homens, brancos e com idade média de 65 anos.
O tabagismo é um dos
principais fatores envolvidos neste câncer e acredita-se que contribui com até
50% dos casos. Corantes a base de anilina, alguns medicamentos (ciclofosfamida)
e a exposição ao parasita Schistosoma
haematobium também podem estar envolvidos.
Há três tipos de câncer que
começam nas células que revestem a bexiga: 1) Carcinoma de células de transição
(representa a maioria dos casos); 2)Carcinoma de células escamosas (afetam as
células delgadas e planas que podem surgir na bexiga depois de infecção ou
irritação prolongadas); 3) Adenocarcinoma (se inicia nas células glandulares
que podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou
inflamação).
Em 80 a 90% dos casos os
pacientes vão apresentar hematúria. Sabe-se que a bexiga é a origem mais comum (40%)
de hematúria macroscópica (22% é por cistite benigna e 15% por câncer de
bexiga). Já hematúria microscópica tem como origem mais comum a próstata (25%).
Sintomas de irritação como polaciúria,urgência, disúria (ca in situ) e dor em
flanco (obstrução do ureter) também podem estar presentes, além de outros sintomas
gerais nos casos avançados como anemia, emagrecimento, massas pélvicas.
Referências:
HARRISON, Tinsley Randolph; FAUCI, Anthony S. Harrison
manual de medicina. 17. ed. Porto Alegre: AMGH Ed., 2011.
Sociedade Brasileira de
Urologia - SBU. Acesso disponível em: http://www.sbu.org.br/publico/?doencas-urologicas&p=405.
Instituto Nacional do Câncer
– INCA. Acesso disponível em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/bexiga.
Dâmia Kuster Kaminski Arida
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