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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Semiologia I: Pneumologia



CURIOSIDADE:

            O que é Tisiologia? Qual a origem da palavra tísica?
             
            Tisiologia é o estudo das causas, prevenção e tratamento da Tuberculose. Tísica vem do grego phthsis, que deriva do verbo phthiso, cujo significado é decair, consumir, definhar.  A tísica é uma doença milenar tendo seus primeiros relatos em múmias egípcias datadas há mais de 3000 anos a.C.
             A palavra tuberculose, que tornou obsoleta a denominação tísica, deriva da constatação de tubérculos no pulmão e em outros órgãos afetados, primeiros descritos por Francisco La Boe em 1679.
             Embora o sufixo da palavra hemoptise lembre phthsis e possa ser uma manifestação clínica da tuberculose, não apresenta a mesma origem. Hemoptise do grego divide-se em haîma (sangue) + o verbo ptyo (escarrar).

Referência Bibliográfica:
            
REZENDE, J. M. Linguagem Médica: Tísica. Disponível em: <http://usuarios.cultura.com.br/jmrezende/tisica.htm>. Acesso em: 21 de setembro de 2013.


CASO CLÍNICO VII:

ID: DFG, 65 anos, masculino, natural e residente de Curitiba-PR, pedreiro.
QP: “Falta de ar”
HMA: Paciente apresenta aumento do quadro crônico de dispneia há 3 dias. Refere dispneia de grande intensidade para os mínimos esforços. Nega fatores de alívio. Como sintomas associados relata piora da tosse com aumento da quantidade de expectoração e mudança de coloração para amarelo-esverdeado. Relata fadiga pelo sono prejudicado pela tosse. Nega ortopneia, dispneia paroxística noturna, febre, edema de MMII, dor ventilatório dependente.
HMP: Afirma asma na infância com melhora aos 14 anos. Nega operações anteriores. Relata DPOC diagnosticado há 5 anos. Nega outras morbidades. Em uso de formoterol + budesonida 160/4,5 bid, terbutalina nas crises.
HMF: Mãe faleceu aos 63 anos de ICC. Pai faleceu aos 50 anos de CA de esôfago.
CHV: Ex-tabagista há 8 anos, fumou 2 maços dia por 30 anos. Ingere 100 mL de bebida destilada por dia durante 30 anos. Nega tóxicos.
RS: sp.

EXAME FÍSICO

GERAL: Paciente brevilíneo e sobrepeso em REG, LOTE, anictérico, hidratado, normocorado, cianótico, afebril.  PA: 150/70mmHg; T: 36,8°C; FR: 30 rpm; pulso: 96bpm.
C/P: Escleras anictéricas, conjuntivas normocoradas. Cianose ao redor dos lábios. Oroscopia normal. Ausência de linfonodomegalia. Jugulares ingurgitadas.
CPP: Aumento do diâmetro anteroposterior e expansibilidade diminuída do tórax.Tiragem intercostal e tempo expiratório prolongado. Som atimpânico a percussão. FTV e MV diminuídos difusamente. Presença de sibilos e crepitações grossas difusamente.
ACV: Bulhas cardíacas rítmicas e sem sopros com o componente P2 hiperfonético.
ABDÔMEN: globoso, flácido com RHA presentes. Hepatimetria de 12 cm em LHCD. Espaço de Traube livre. Som timpânico a percussão. Ausência de massas ou dor a percussão. Ausência de macicez em flancos.

EXAMES COMPLEMENTARES:

Hb: 12,4 g/dL
Leucócitos: 14.570
- Eosinófilos 0,5% (N: 40-600)
- Basófilos 0,2% (N: 0-100)
- Linfócitos 17,5% (N: 1500-3500)
- Monócitos 4,1% (N: 200-900)
- Neutrófilos: 77,7% (N: 2500-7500)
PCR: 56mg/L
Ureia: 58mg/dL (até 40)
Creatinina: 1,1mg/dL
SatO2: 78%.
Gasometria Arterial:
- pH: 7.34 (7,35-7,45)
- pCO2: 51.5 (35-45)
- pO2: 48.3 (60-100)
- HCO3: 28 (22-26)
VEF1/CVF: 43% após broncodilatador.
VEF1: 29% após broncodilatador.
Raio-x de Tórax:


Qual o provável diagnóstico?

Qual o tipo de DPOC do paciente?


RESPOSTA CASO CLÍNICO VII:

O provável diagnóstico é exacerbação da DPOC com as 3 condições que a caracterizam: 1) piora da dispneia; 2) aumento da expectoração; 3) mudança da coloração da expectoração. Como o paciente apresentava as três evidencia uma exacerbação grave, sendo necessária a instituição de antibioticoterapia.
A DPOC é definida como presença de obstrução ao fluxo aéreo, progressiva, não totalmente reversível, secundária à bronquite crônica, ao enfisema pulmonar ou a ambos. Na primeira são encontradas as seguintes características histopatológicas: hiperplasia e hipertrofia das glândulas submucosas secretoras de muco (por isso, a tosse produtiva); redução do lúmen das VA distais devido ao espessamento da parede brônquica por edema e infiltração celular inflamatória; a presença de fibrose e hipertrofia da musculatura lisa brônquica também podem ser encontradas. Já no enfisema é o alargamento dos espaços aéreos distais aos bronquíolos, decorrentes da destruição progressivas dos septos alveolares (diminuição da elasticidade). O tabagismo é o principal fator causal da DPOC.
Como nome já sugere ocorre uma obstrução e uma hiperinsuflação pulmonar, graças ao colapso das vias aéreas na expiração, impedindo a eliminação do ar armazenado nas porções periféricas do pulmão tanto no enfisema quanto na bronquite crônica. Logo, o que acontece é um distúrbio da V/Q (ventilação/perfusão), onde os alvéolos são mal ventilados de oxigênio e a perfusão encontra-se normal, isso leva a hipoxemia e dessaturação da hemoglobina. A retenção de CO2 ocorre mais tardiamente. 
No quadro clínico a queixa mais marcante é a dispneia aos esforços com piora progressiva. A tosse é outro sintoma marcante que geralmente precede a dispneia. No exame físico os achados variam de acordo com a forma predominante: enfisema ou bronquite crônica.
Pink Puffers (sopradores róseos): estereótipo do enfisematoso. Na inspeção notam-se a pletora (tom avermelhado da pele, devido à poliglobulia decorrente do estado de hipoxemia crônica não tão grave que leva ao aumento da eritropoietina), e ao tórax em tonel. Frequentemente são magros, e apresentam dispneia do tipo expiratória (“sopradores”). Geralmente não apresentam hipoxemia significativa e, consequentemente também não há cor pumonale. Na ausculta pulmonar, há somente diminuição acentuada do MV, sem RA.
Blue Bloaters (inchados azuis): esta é a aparência do bronquítico grave e do quadro predominante do paciente. A hipoxemia significativa, leva à poliglobulia, contudo com dessaturação de oxigênio na hemoglobina (grau de obstrução maior aqui do que no enfisematoso), desencadeando cianose (“azuis”). O organismo responde à hipóxia pulmonar crônica com vasoconstrição das arteríolas e das pequenas artérias pulmonares. É uma resposta fisiológica para o desvio de sangue para os leitos alveolares bem ventilados. Contudo, se a hipóxia alveolar for generalizada, ocorrerá vasocontrição em grande parte do pulmão. Assim, ocorre um aumento da pressão de pós carga na válvula pulmonar (P2 hiperfonético), VD, AD, veias centrais e veias periféricas, nessa ordem. Essa síndrome de falência do coração direito graças a hipertensão pulmonar chama-se cor pumonale. Os sinais e sintomas dessa síndrome são: ingurgitamento jugular (paciente apresentava), hepatomegalia dolorosa, ascite, edema de MMII, cansaço (devido ao baixo débito cardíaco). O “bloater” vem da congestão sistêmica, do corpo inchado. Esses pacientes são obesos e apresentam apneia do sono. A ausculta pulmonar é rica em ruídos adventícios (sibilos, roncos, estertores).
Nos exames complementares, observamos uma hipoxemia caracterizada nesses pacientes por PaO2 < 55 mmHg ou SaO2 < 88%.  Há aumento da PaCO2, levando a acidose respiratória crônica com valores não tão distantes do normal, graças a compensação renal com retenção de HCO3. O hemograma demonstra aumento do VG (não havia esse dado). A espirometria é muito útil para o diagnóstico do DPOC segundo a classificação de GOLD (tabela 1) e para avaliar a mudança nos parâmetros na exacerbação. No RX, podemos encontrar retificação dos arcos costais e o aumento do espaço entre eles; hiperinsuflação pulmonar (podemos contar mais costelas do que o habitual > 9-10); retificação das hemicúpulas diafragmáticas; redução do diâmetro cardíaco (“em gota”); aumento do espaço retroesternal no perfil e espessamento brônquico. Além de evidenciar possíveis complicações como pneumonia, pneumotórax e tumor. Apesar de não termos o ECG, encontramos os seguintes achados decorrentes da hipertensão pulmonar: onda P pontiaguda (aumento do AD); desvio do QRS para a direita, graus variados de bloqueio de ramo direito e relação R/S maior que 1 em V1 que é uma derivação direita, mostrando aumento da musculatura do VD.
CLASSIFICAÇÃO DE GOLD (TABELA 1)


José Vitor Martins Lago

domingo, 29 de setembro de 2013

CURIOSIDADE 7

QUEM INVENTOU O MICROSCÓPIO?


O microscópio foi inventado na Holanda, no século XVI, pelos irmãos Johannes e Zacharias Jansen, mas foi outro holandês que o popularizou – Anthoni van Leeuwenhoek. Curiosamente, Anthoni não era um médico, nem biólogo. Era um cortineiro! Ele usava lentes para examinar os tecidos dos quais fazia as cortinas. Foi aprimorando as técnicas de análise e começou a examinar outras coisas, como água da chuva estagnada na sarjeta. Então, pode observar milhares de elementos em movimento, dando margem para as descobertas de um novo mundo “microscópico”.

Referência:
Scliar, M. O livro da medicina. São Paulo: Schwarcz, 2000.



CASO CLÍNICO 7 - SEMIOLOGIA II

Anamnese:
Identificação: JW; 61 anos; masculino; caucasiano; evangélico; empresário; casado; natural de Curitiba-PR; reside em Bigorrilho – Curitiba; Referência: o próprio paciente.

Queixa Principal: “edema”.
                           
História da Moléstia Atual: paciente refere edema bilateral em membros inferiores há 1 mês, com piora com o passar do dia. Refere que há 4 meses já vinha apresentando um edema facial matutino, pior em pálpebras e com melhora com o passar do dia, que foi se expandindo por todo o corpo neste período. Nega medidas de alívio ou piora. Associado ao quadro, apresenta emagrecimento (72kg para 65kg em 1 mês), astenia, urina tem saído “espumosa”. Nega outros sintomas urinários, febre, dispnéia ou outros sintomas associados.

História Mórbida Pregressa: Nega doenças da infância. Na última rotina de exame apresentou elevação nos níveis de colesterol. Nega DM, HAS e outras comorbidades, cirurgias, internamentos anteriores e alergias. Faz uso de sinvastina 20mg.

História Mórbida Familiar: Refere que o pai possui HAS. Mãe com câncer de mama aos 43 anos. Avô com câncer de próstata aos 50 anos.

Condições e Hábitos de Vida: tabagista há 40 anos (1 maço e ½ por dia). Nega etilismo.

Perfil Psicosocial: Mora com a esposa e um dos filhos. Não pratica atividades físicas regularmente.

Revisão de Sistemas: Não há outras queixas.

Exame físico:

Geral: paciente em regular estado geral, hipocorado, hidratada, anictérico, LOTE.
PA: 140X90, Pulso: 92, FR: 16, T: 36,2ºC
Cabeça e pescoço: mucosas úmidas e hipocoradas. Sem linfonodomegalia. Jugulares não ingurgitadas.
Aparelho respiratório: diminuição difusa de mv, som claro atimpânico a percussão, expansibilidade e FTV normais.
Aparelho cardiovascular: bulhas cardíacas rítmicas e normofonéticas. Sem sopros.
Abdome: plano, RHA presentes, flácido, timpânico a percussão, indolor a palpação profunda de região supra-púbica, ausência de massas palpáveis. Hepatimetria normal. Espaço de Traube livre.
Membros: anasarca, edema inelástico bilateral em MMII com cacifo (2+/4), indolor, ausência de alteração na temperatura ou coloração, pele espessa. Pulsos presentes, perfusão normal.

Exames complementares:

Hemograma:
         Hb: 12,0
         Série branca e plaquetas normais.
Uréia e Creatinina: normais
Urinálise:
Ausência de glicose, cristais, cilindros, leucócitos e nitrito. pH normal. Presença de hemácias e proteinúria.
Proteinúria 24hrs: 5g/dia.
Colesterol total: 280 mg/dL.
Glicemia de jejum: 80
Proteínas totais: diminuidas.
         Albumina: 2,5 g/dL(3,5 a 5,5)
Cálcio: diminuído
Raio X tórax:


Pergunta:
1. Qual síndrome clínica pode ser identificada neste quadro?
2. Quais exames pode confirmar a suspeita diagnóstica?

Resposta:

     1.   SÍNDROME NEFRÓTICA:
a.   Proteinúria maciça: devido a alterações na permeabilidade da membrana basal glomerular.
b.   Hipoalbuminemia: a excreção urinária de albumina supera a capacidade de síntese do fígado. A diminuição dos níveis plasmáticos de proteína ocasiona também uma redução das substâncias transportadas por proteínas (tiroxina, vitamina D, transferrina, antitrombina III), levando a hipotireoidismo, hiperparatireoidismo, anemia hipo/micro, hipercoagulabilidade (trombose).
c.    Hipercolesterolemia: aumento da síntese hepática de lipoproteínas em resposta a hipoalbuminemia.
d.   Hematúria mínima
e.   Hipertensão
f.     Edema: hipoalbuminemia ocasiona redução na pressão oncótica com passagem de líquido para o interstício.
     2.   Exames complementares:
a.   BIÓPSIA RENAL: espessamento da membrana basal ao longo das alças capilares periféricas
b.   IMUNOFLUORESCÊNCIA: depósitos granulosos difusos de IgG e C3

c.    MICROSCOPIA ELETRÔNICA: depósitos eletrodensos.

Imagem: pedrorpb.blogspot.com.br

Diagnóstico: GLOMERULONEFRITE MEMBRANOSA DEVIDO A TUMOR PULMONAR
A glomerulonefrite membranosa é responsável por cerca de 30% dos casos de síndrome nefrótica em adultos. É mais comum em homens e entre a faixa de 30 a 50 anos.
Pode se primária/idiopática ou secundária a neoplasias malignas (mama, pulmão, colo), a infecções (hepatite B, malária, esquistossomose, etc), distúrbios auto-imunes (lúpus, artrite reumatóide, etc), medicamentos, entre outros.

Referências:
HARRISON, Tinsley Randolph; FAUCI, Anthony S. Harrison manual de medicina. 17. ed. Porto Alegre: AMGH Ed., 2011.
PORTO, Celmo Celeno; PORTO, Arnaldo Lemos. Semiologia médica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
COELHO, Eduardo Barbosa. Mecanismo de formação de edemas. Revista USP, 2004. Acesso em: http://revista.fmrp.usp.br/2004/vol37n3e4/1mecanismos.pdf

         Dâmia Kuster Kaminski Arida 

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Propedêutica 1: Exame físico

CURIOSIDADE

Esta curiosidade não tem relação com o caso clínico, apenas acredito que é de fundamental importância para o entendimento de muitos fenômenos cardiológicos. Portanto não confunda sem raciocínio.

O mecanismo de Frank-Starling


Existe um mecanismo intrínseco cardíaco que permite o aumento do débito, quando há um maior retorno venoso. Este mecanismo é denominado deFrank-Starling. Estes pesquisadores observaram que o coração, independente de qualquer estímulo externo neural ou hormonal, quando submetido ao estiramento de suas paredes musculares, é capaz de promover uma contração naturalmente mais vigorosa, aumentando, conseqüentemente, o volume sistólico do ciclo e o volume diastólico do ciclo. Segundo o mecanismo de Frank-Starling, quanto maior o enchimento, maior será a ejeção.

O coração conta com dois mecanismos que são capazes de interferir na sua automaticidade e na sua ritmicidade. O coração é capaz de gerar estímulos automaticamente, mas também é capaz de gerar estímulos rítmicos, com uma freqüência razoavelmente regular ao longo do tempo, gerando fluxo sanguíneo independente de inervação.

Indivíduos que receberam transplantes cardíacos, onde o coração é completamente desnervado, são até capazes de se exercitar, porém apresentam uma resposta mais lenta, ou seja, a freqüência cardíaca se eleva mais lentamente. Nestes indivíduos, há uma vasodilatação estimulada pelo mecanismo metabólico, onde ocorrerá um maior retorno venoso por estimulação simpática. Conseqüentemente, haverá um aumento no volume diastólico final, quando é aumentada a força de contração e bem como há um aumento no débito cardíaco, através do mecanismo de Frank-Starling.

CASO CLÍNICO

Identificação: J.J. 19 anos. masculino, estudante de medicina.

Queixa principal: Aperto no peito.

HMA: ILICIDAS:


Paciente refere início há 2h no peito de uma dor de leve a moderada intensidade do tipo aperto. Não possui irradiação tem duração incessante sem alivio ou piora. Sente também sudorese e falta de ar.

HMP:

Nega DM, HAS, alergias, cirurgias. Tem asma.

HMF:

Familiares todos hígidos.

CHV:

Alimenta-se com dieta rica em proteína, caminha bastante durante o dia para as aulas na faculdade.

PPS:

Mora sozinho, porem com família longe. Não tende a somatizar ansiedade.

RS:

Sem queixas.

Exame físico:

BEG, LOTE, corado, hidratado, taquipneico, anictérico. Paciente apresenta-se sentado com a cabeça baixa entre as pernas, visivelmente sofrido, mas constrangido pela postura que mantem.

PA: 120/90, FR: 25 FC: 100 temp: 37ºC SO2: 98%


mucosas coradas, sem adenomegalias, oroscopia SPP.
BCRNF afabadas, MV+ bilat sim sibilos tele-expiratórios.
Abdome inocente.
Membros sem alterações.

Qual o provável diagnóstico até este momento? tempo para pensar.








Foi feito o diagnóstico de crise asmática. Foi medicado com inalação de agonista adrenérgico fenoterol e anticolinérgico brometo de ipratrópio em 3 inalações com intervalo de 20 minutos. Não houve melhora do quadro da dispnéia nem da sibilância. O paciente foi então observado fazendo inalação de joelhos e com os cotovelos apoiados na cadeira. Intrigado você entende que o paciente merece um melhor exame clínico. Adiciona-se aos sinais apenas a presença de pulso paradoxal.


A sibilância, mesmo em um caso comprovado de asma, pode não melhorar ou mudar de padrão?


Qual o significado das posições estranhas que o paciente vem adotando?


O pulso paradoxal algum alguma suspeita clínica? porque afinal ele acontece?


Considerando todo o quadro qual a suspeita diagnóstica provável? (excluindo asma refratária)

segunda-feira, 23 de setembro de 2013


CURIOSIDADE

Auto-retrato com a orelha enfaixada (1890)


“Muitos afirmam que Van Gogh teria cortado sua própria orelha em uma tentativa desesperadora de acabar com uma das repetidas crises da doença de Ménière.”

Centenas de médicos e psiquiatras tentaram definir as condições médicas e emocionais de Van Gogh ao longo dos anos, porém, especialistas estão longe de chegar a um acordo. Inúmeros transtornos foram diagnosticados postumamente nesta artista – epilepsia do lobo temporal, esquizofrenia, doença de Ménière - nenhum desses isentos de contradições. Entretanto, a maioria dos médicos concordam num ponto: as fases eufóricas e depressivas do artista são conseqüências do transtorno afetivo bipolar, especificamente, na forma mais grave, transtorno bipolar com sintomas psicóticos. A última frase proferida por ele "a tristeza não tem fim" carateriza bem o que provavelmente o impulsionou ao suicídio, a fase depressiva do transtorno bipolar.

Ref.:
Renata Calheiros Viana
http://medicineisart.blogspot.com.br/2010/07/vicent-van-gogh-os-dois-polos-do_13.html


João Elias Ferreira Braga.