SINAIS DE APENDICITE AGUDA
Ponto de McBurney |
O ponto apendicular situa-se geralmente na extremidade dos dois terços da linha que une a espinha ilíaca antero-superior direita ao
umbigo. Cumpre lembrar que nas crianças o ceco localiza-se um pouco mais acima,
e nas pessoas adultas é necessário levar em conta o biótipo, pois, a projeção
superficial dos órgãos varia bastante. O ponto apendicular denomina-se também
de ponto de McBurney. Alguns sinais são descritos a seguir:
Sinal de
Aaron: Dor ou sensação de desconforto no epigástrio ou região precordial ao se
comprimir o ponto de McBurney;
Sinal de
Blumberg: Dor à descompressão brusca da FID;
Sinal de
Dunphy: Dor em FID que piora com a tosse;
Sinal de
Lapinsky: Dor a compressão da FID quando o paciente eleva o MID estendido;
Sinal de
Lenander: Diferença da temperatura retal e axilar > 1ºC (retal > axilar);
Sinal do
Obturador: Dor em FID ao realizar a rotação interna do MID flexionado
Sinal do
Psoas: Paciente em DLE, dor em FID à extensão e abdução do MID
Sinal de
Rovsing: Dor na FID à compressão da FIE;
Sinal de
Ten Horn: Dor abdominal causada por tração suave do testículo direito.
CASO
CLÍNICO XVI:
Identificação:
feminino,
39 anos, branca, natural e residente de Curitiba-PR
QP:
“Falta
de ar”
HMA:
Paciente
no segundo trimestre de gestação iniciou quadro de dispneia há 2 meses. Refere
dispneia aos médios esforços que passou progressivamente aos pequenos esforços
de duração constante. Como sintomas associados apresenta ortopneia, dispneia
paroxística noturna, episódios frequentes de palpitações que ocorrem
aproximadamente 2 vezes/semana, duas síncopes associadas ao esforço físico,
fadiga, rouquidão, disfagia baixa aos alimentos sólidos e um quadro sugestivo
de AIT há 1 mês. Nega dor torácica, edema de MMII, chiado no peito, hemoptise e
tosse.
HMP: Refere vários episódios de amigdalite na infância sem tratamento adequado. Nega
operações e internamentos anteriores. Nega HAS, DM e dislipidemia. Nega
alergias.
HMF:
Pai
faleceu aos 64 anos de IAM. Mãe viva com 70 anos, hipertensa e diabética.
Irmãos sem morbidades.
CHV:
Mora
em casa de alvenaria e tem alimentação balanceada. Nega tabagismo, etilismo e
tóxicos.
EXAME
FÍSICO:
GERAL:
Paciente
em REG, LOTE, anictérica, acianótica, hidratada, normocorada. PA deitada:
110-70mmHg; PA sentada: 100-70; pulso: 72rpm (irregularmente irregular); FR:
28rpm; T: 36,7°C.
C/P:
Rubor
malar. Mucosas úmidas e coradas. Oroscopia Normal. Ausência de linfonodomegalia
e sopros em região cervical. Tireoide não palpável. Jugulares não ingurgitadas.
TÓRAX:
MV
diminuídos em ambas as bases sem RA.
ACV:
Ictus
cordis invisível e palpável em 5° EICE. M1 hiperfonética com estalido de
abertura de valva mitral. Sopro em ruflar mesodiastólico em foco mitral (++/6+) que se
acentua com o aperto de mão.
ABDÔMEN:
globoso
compatível com gravidez com RHA presentes. Ausência de hepatoesplenomegalia.
Ausência de dor a palpação.
MMII:
Pulsos
presentes e simétricos bilateralmente. Ausência de edema.
EXAMES
COMPLEMENTARES:
ECG:
Qual o provável diagnóstico?
Qual seria o fator gatilho para o início da sintomatologia?
Qual significado clínico da disfagia e da rouquidão?
Quais os sintomas e sinais compatíveis com a complicação do quadro vista no ECG?
RESPOSTA
AO CASO CLÍNICO XVI:
Ao exame físico,
podemos encontrar fácies mitralis (rubor malar); sinais de ICE (dispneia
aos esforços, DPN, ortopneia, edema agudo de pulmão com estertores
crepitantes); sinais de ICD (turgência jugular, hepatomegalia, ascite, edema de
MMII); pulso irregularmente irregular
característico de FA. No exame do ACV, o ictus geralmente não está
desviado, pois não há sobrecarga de VE. Na ausculta, a B1 é hiperfonética,
existe um estalido de abertura mitral e o sopro clássico é o diastólico em ruflar em foco mitral com reforço
pré-sistólico (reforço se não houver FA) que se acentua com o exercício
isométrico como o aperto de mão. Se houver hipertensão pulmonar, a P2 é
hiperfonética, sopro diastólico de insuficiência pulmonar (Graham Steel) e um
sopro de insuficiência tricúspede (Manobra de Rivero Carvalho, ou seja, na
inspiração fica mais audível).
Aparentemente, o fator gatilho
para descompensar essa EM foi a gestação. No ECG podemos encontrar FA: ondas
R com distâncias diferentes entre vários complexos, ausência de onda P e desvio
do eixo para o quadro superior E (AVF negativo), graças ao aumento
do AE.
José Vitor Martins Lago
Poderia criar um grupo de watssap pra estudos de semiologia, muito bom o artigo.
ResponderExcluirPoderia criar um grupo de watssap pra estudos de semiologia, muito bom o artigo.
ResponderExcluirSeria ótimo msm
ExcluirEu gostei muito das explicação.
ResponderExcluirMuito bom o conteúdo
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