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sábado, 30 de novembro de 2013

PROPEDEUTICA I : CABEÇA E PESCOÇO

CASO CLÍNICO

ID: F.B.S 22 anos, caucasiano, masculino, solteiro, natural e residente da região metropolitana de curitiba.

QP: dor de pescoço

HMA: dor de inicio ontem, na porção anterior do pescoço, lateral (e nao central que pode ser de laringe por tosse) de media intensidade, constante em pontada. piora quando engole, alivia com agua gelada. associado a febre, tosse por vezes produtiva, calafrios (significam bacteremia) e catarro. tambem associa-se a dor lombar bilateral. nega diarreia, vomitos e alterações urinarias.

HMP: amigdalite de repetição, 3 casos por ano desde a infancia. nega HAS, DM, transfusões, internamentos, cirurgias, alergias.

HMF: nada relevante

CHV: fumante, alcoolismo social eventualmente exacerbado. nega uso de substancias.

ExF: Temp: 38,3 FR: 18 FC: 88 SatO2 99%
BEG, LOTE, eupneico, anicterico, hidratado, febril.
mucosa palpebral corada, linfonodomegalia dolorosa a esquerda, submandibular. oroscopia com pontos purulentos em amigdalas, sem placas purulentas, amigdalas discretamente aumentadas, ausencia de petequias em palato.
MV+ bilateral sim SRA, BCRNF SS
abdome flacido indolor, sem massas palpaveis e visceromegalias.

Qual o foco infeccioso?
Qual o agente infeccioso mais comum? Quais os 3 de otite e  6 de pneumonia?
Qual o nome da sindrome que é semelhante a essa infecção? como diferenciar?
Como medicar? Faz antibiotico e como saber se faz? Considerando que ninguem nunca morreu dessa doença. qual seria a função do antibiotico?
qual antibiotico usar para este caso? Qual para otite? qual para pneumonia?

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

PROPEDEUTICA I: PELE

CASO CLINICO

ID: M.A. 23 anos, feminino, caucasiana, solteira estudante.

QP: Mal estar.

HMA: Início de mal estar geral hoje, intensidade progressiva e importante, sem alivio ou piora com medicação. Associado a palpitações e taquicardia. Ultima menstruação exclui gestação. nega sintomas urinarios, ginecologicos e gastrointestinais.

HMP: nega HAS, DM, asma, rinite, transfusões, cirurgias previas, internamentos, medicamentos exceto ACHO.

HMF: sem doenças na familia.

CHV: nega alcool e fumo, nega outras substancias. alimenta-se com qualidade e faz exercicios regularmente.

EXF: 120/80, FR 22 FC 105, SO2 99% temp 37,5ºC.
REG, LOTE, taquipneia, taquicardica, icterica, hidratada.
mucosas palpebrais palidas, pele palida, conjuntiva icterica. sem linfonodomegalias.
MV+ bilat sim SRA, BCRNF taquicardicas.
abd indolor RHA+. sem sinais de irritação peritoneal.

pele palida, petequias em região cervical e antebraços.

apresenta a seguinte lesão pouco dolorosa (nao digna de ser citada pela paciente) e endurecida em perna:
foi pedido um eletrocardiograma:

Qual a descrição da lesão de pele?
Qual o provável diagnóstico?
Quais os sinais e sintomas mais relevantes para caracterizar a gravidade do quadro e o que eles significam?
Qual a alteração mais relevante do HCG? qual sua provavel explicação?

segunda-feira, 25 de novembro de 2013



CURIOSIDADE




CIRCULAÇÃO DO SANGUE (1628 - William Harvey)






William Harvey, médico britânico, foi quem descreveu pela primeira vez (corretamente) os detalhes do sistema circulatório, mostrando como o sangue é bombeado por todo o corpo pelo coração. Para mostrar o caminho do sangue aos incrédulos, Harvey abria um porco vivo durante suas palestras. Esse médico britânico dedicou a vida a estudar o funcionamento e a anatomia do coração, veias e artérias. O resultado está em “De Motu Cordis” ("Sobre o Movimento do Coração e do Sangue"), obra fundamental sobre a circulação sanguínea, que pôs por terra conceitos errados que sobreviviam havia 14 séculos.











CASO CLÍNICO





ANAMNESE:


ID.: S.A.S., 65 anos, sexo masculino, caucasiano, natural de Apucarana PR, casado, morador de S.J.P., comerciante aposentado.
Fonte: (S. J. A. S. “filho”).


Q.P.: “Perda de apetite e queimação no estômago ”.


História Mórbida Atual:

Paciente relata ter sofrido um A.V.E. no início de janeiro de 2013, sendo encaminhado ao HUEC, onde foi diagnosticado um “tumor intracraniano” (SIC). Refere que neste mesmo mês foi submetido a uma cirurgia para a retirada desse “tumor” em região parietal direita.
Paciente alega que iniciou com radioterapia há cerca de 20 dias, entretanto, após 10 dias de tratamento relata ter iniciado com pirose progredindo para soluços contínuos, tendo que interromper as sessões, que a princípio seriam realizadas por 30 dias (SIC).
Paciente afirma que nos últimos dias também tem perdido o apetite e a dor na região epigástrica tem sido intensa e contínua, sem irradiação e com o decúbito dorsal como posição de alívio.
Refere episódios de náusea e vômito, principalmente após as alimentações, alega ter sentido gosto amargo e que o conteúdo do vômito tinha coloração esverdeada. Nega febre, nega diferenças em relação às fezes ou urina, nega ter perdido peso nesse período.


História Mórbida Pregressa:

Paciente afirma ter sido vítima da poliomielite aos 2 anos de idades, apresentando sequela em membros inferiores. Nega internações na fase adulta, refere ser diabético há aprox. 8 anos e nega HAS. Faz uso contínuo de Metformina 500mg 2 vezes ao dia, glibenclamida 5mg 2 vezes ao dia (após refeições), hidroclorotiazida 25 mg pela manhã e omeprazol 20mg em jejum (SIC).


História Mórbida Familiar:

Pai diabético e enfisematoso, faleceu aos 70 anos de Ca de pulmão.


Condições e Hábitos de Vida:

Paciente afirma ter fumado e ingerido bebida alcoólica por aproximadamente 20 anos e relata que, também há 20 anos, deixou de ter estes hábitos.


Perfil Psicossocial:

Casado, possui 4 filhos, 2 mulheres e 2 homens, trabalhou muito tempo como pasteleiro, atualmente é proprietário de um bar na cidade de S.J.P..


Revisão de Sistemas:

Alega catarata em ambos os olhos, entretanto sua queixa principal é referente à dor em região epigástrica.


Outros Problemas Atuais:

NDN


EXAME FÍSICO

Dados Vitais:
PA:160 x 80mmHg sentado em braço esquerdo; T: 36,7°C; Pulso: 80bpm; FR:  14mrpm.


Geral:

Paciente encontra-se vigil, REG, LOTE, escleróticas levemente ictéricas e acianótico. Altura: 1,60m; Peso: 83Kg. (IMC=32,4 ), ECG.: 15.


Pele:

Presença de leve palidez e discreta icterícia.


Cabeça e pescoço:

Pupilas isocóricas e fotorreagentes, ausência de linfonodomegalia, ausência de massas palpáveis, tireóide sem crepitação, jugulares não visíveis, presença de monilíase oral.


Tórax:

Inspeção: eupneico.
Palpação: expansibilidade torácica normal, FTV normal.
Percussão: som claro pulmonar atimpânico.
Ausculta: MV normal e simétrico bilateralmente, ausência de ruídos adventícios.


Cardiovascular:

Inspeção e Palpação: NDN.
Ausculta: bulhas cardíacas rítmicas normofonéticas e sem sopros.


Vascular periférico:

Sem presença de equimose, varizes ou edema. Pulsos equivalentes e normais ++/++++.


Abdome:

Inspeção:NDN.
Ausculta: RHA normais.
Percussão: timpanismo a percussão, espaço de Traube livre. Submacicez hepática de 10 cm em linha hemiclavicular direita.
Palpação: fígado não palpável em rebordo costal direito, Murphy -, Blumberg -, Giordano -.


Musculoesquelético:

Mãos, Punhos, Cotovelos e Ombros : NDN.
Coluna vertebral: spurling - ; Lasègue - .
Quadril: teste de Patrick e manobra de FABERE -.
Joelhos: Mc Murray -, sinal da gaveta anterior e posterior - .
Pés: presença de pé cavo direito e esquerdo (mais acentuado à esquerda).
Caminha com auxílio de bengala.


Neurológico:

Funções Mentais:
Função cognitiva intacta, sem déficits neurológicos focais (exceto em MMII pela poliomielite na infância).
Pupilas:
Pupilas isocóricas e fotorreagentes, reflexo fotomotor direto e consensual funcionais.

Pares Cranianos:
N. III, IV e VI
Musculatura extrínseca dos olhos satisfatória.
N. V (trigêmio)
Apresenta sensibilidade nos ramos V1, V2 e V3.
Ramo mandibular com funcionalidade motora dos músculos da mastigação.
Reflexo córneo satisfatório.
N. VII (facial)
Musculatura da mímica facial preservada em ambos os lados.

Força:
Deltoide direito: 5, esquerdo:5.
Bíceps direito: 4, Esquerdo 4.
Tríceps braquial: Direito 4, Esquerdo 4.
Preensão palmar: direito 4, esquerdo 4.
Íliopsoas: Direito 4,  Esquerdo 4.
Bíceps femoral : Direito 4, Esquerdo 4.
Tibial Anterior: Direito3 Esquerdo 3.
Gastroecnêmios: Direito3  Esquerdo 3.
 
Reflexos:
Bicipital +/++++  simétrico.
Triciptal +/++++ simétrico.
Estilo Radial +/++++ simétrico.
Patelar direito: +/++++, esquerdo: arreflexia.
Aquileu: arreflexia simétrica.
Cutâneo plantar: normal  (em flexão plantar do hálux).





Quais as hipóteses diagnósticas pela história clínica do paciente?






João Elias Ferreira Braga.










HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS:





Gastroparesia Diabética.

Úlcera Péptica.

Carcinoma metastático (investigar qual o tipo de tumor intracraniano retirado em janeiro).



O que é úlcera péptica?
Úlcera é o termo usado para designar lesões abertas com perda de tecido. A úlcera péptica é uma lesão (ferida) que ocorre na mucosa do trato gastrointestinal, principalmente no estômago e no duodeno. Acredita-se que até 10% da população apresentará uma úlcera péptica em algum momento da vida.

Como a úlcera gástrica aparece?
Ela surge quando há um desequilíbrio entre os fatores agressores e os protetores da mucosa gastroduodenal.
O estômago produz ácido clorídrico e outras substâncias para fazer a digestão dos alimentos, mas essas mesmas substâncias podem ser as responsáveis por iniciar o processo de lesão à mucosa quando não existe a predominância dos mecanismos de proteção. O muco produzido por células mucosas gástricas, a secreção de bicarbonato (pelas células cilíndricas de revestimento) e a descamação constante da mucosa gástrica são alguns dos fatores de proteção. Estes mecanismos protetores são controlados pela produção de prostaglandinas.
O uso de alguns medicamentos, como os anti-inflamatórios, inibe a produção das prostaglandinas, comprometendo a proteção do estômago e do duodeno. A infecção por Helicobacter pylori é uma das principais causas de úlcera.
Mais de 90% das úlceras do duodeno e cerca de 70% das úlceras do estômago estão associadas ao Helicobacter pylori.
Os anti-inflamatórios não hormonais (AINHs) estão associados a menos de 5% das úlceras do duodeno e a cerca de 30% das úlceras do estômago. Menos de 1% das úlceras pépticas estão relacionadas a causas raras como a síndrome de Zolliger-Ellison, a doença de Crohn e a tuberculose, ou têm causa desconhecida.
Não existe comprovação científica de que alimentos como café, refrigerantes, leite, álcool e condimentos favoreçam o desenvolvimento de úlcera péptica. Da mesma forma, o fator psicológico, que acredita-se estar envolvido, também não foi confirmado.

Quais são os fatores de risco?
Uso de aspirina (ácido acetilsalicíclico) e AINHs
Infecção pelo Helicobacter pylori
Gastrite crônica
Fumo
Aumento da idade
Ventilação mecânica (uso de aparelho para respirar artificialmente, por exemplo os usados por pacientes em estado grave em unidades de terapia intensiva)
História familiar de úlcera péptica


Fontes:
National Institutes of Health – United States National Library of Medicine
University of Michigan Health System





João Elias Ferreira Braga.